Informativo

Filtre sua pesquisa por conteúdo para:

Perda auditiva pode ser mensurada em porcentagem?

Atualmente, não! Até existiu método para mensurar as perdas auditivas em porcentagem, conforme publicação da Tabela de Fowler, em 1942. Mas, além de não ter sido adaptada para a língua portuguesa, esta tabela tornou-se defasada a partir de novos padrões de calibração dos audiômetros.

Confira o nosso artigo sobre quais são os tipos de perda auditiva.

A audiometria tonal avalia qual a menor intensidade em dB que a pessoa é capaz ouvir tons puros, emitidos em determinadas frequências. Não há acertos ou erros nas repostas do paciente. A pessoa deve se concentrar para responder na menor intensidade possível e essa resposta mostrará o nível de audição para cada frequência testada.

Conforme orientação do Conselho Federal de Fonoaudiologia o resultado audiológico deve conter, preferencialmente, tipo, grau e configuração da perda auditiva. Assim, o laudo da audiometria tonal engloba o máximo de informações possíveis sobre o exame realizado. Pela classificação quanto ao grau temos como supor como está o nível de detecção de frequências médias, que abrangem grande parte dos sons da fala, pelo tipo de perda qual região do ouvido estaria afetada e pela configuração do gráfico podemos supor se há diferenças na detecção dos sons em frequências graves, médias e agudas. Essas informações são necessárias pois guiam as intervenções que devem ser realizadas.

As classificações quanto ao grau de perda nos informam essencialmente sobre a capacidade e nível de detecção de frequências sonoras que correspondem a maior parte dos sons da fala. Nas diversas classificações do grau de perda auditiva descritas é realizado um cálculo da média de respostas destas frequências.

Assim, o grau de perda auditiva pode nos dizer sobre qual nível de dificuldade que pode ser enfrentada pela pessoa com surdez. Por exemplo, na perda auditiva de grau moderado a pessoa pode perceber a fala se a voz for alta. A pessoa entende melhor o que está sendo dito se estiver vendo quem está falando. Alguns ruídos do dia-a-dia ainda são percebidos.

Tabela de Fowler e a mensuração em porcentagem

Em 1942, o pesquisador Edmund Prince Fowler, após diversos estudos publicou a Tabela de Fowler, correlacionando as perdas auditivas em decibéis com percentuais de dificuldade de reconhecer a fala, considerando a fonética da língua inglesa. Os valores da tabela foram adotados oficialmente nos Estados Unidos em 1949 e abandonados em 1961.

Os valores da Tabela de Fowler não devem ser aplicados atualmente na interpretação da audiometria, porque foram determinados a partir de padrão de calibração de audiomêtros que não é mais utilizado. Portanto, seus valores nos dias de hoje não podem ser considerados corretos. Mesmo no período em que foi utilizada, a tabela não era adequada a falantes do português, pois os estudos que determinaram os percentuais foram realizados considerando a fonética do inglês.

Referências:

  • Costa EA, Kitamura S. Tabela de Fowler e a Avaliação da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído. Rev Bras Med Trab.2004;2(1):74-77.
  • Recomendação BIAP 02/1: Classificação Audiométrica de Deficiências Auditivos. 1996.